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ORQUESTRA
UMA INTRODUÇÃO AOS INSTRUMENTOS MUSICAIS E Á ORQUESTRA SINFÔNICA
Quem de nós já não ouviu ou assistiu um concerto de orquestra ao vivo ou na televisão? Uma orquestra é quase sempre uma barulhenta reunião de vários instrumentos musicais que pertencem ás famílias das cordas, sopros, metais e percussão; é dirigida por um maestro que ajuda os músicos a tocarem todos juntos. Mas como surgiu essa maravilhosa reunião de sons que são produzidos pelo sopro do ar, pela fricção de um arco, por beliscões nas cordas e pelas batidas nos tambores?
Até cerca de 1600, os grupos de musica instrumental eram pequenos conjuntos de instrumentos de cordas, sopros e percussão. A música escrita não especificava quais instrumentos deveriam ser usados e os instrumentos antigos não eram ainda padronizados em sua forma e tamanho, ou na maneira pela qual eram tocados.
Violas de gambá, alaúdes, harpas e citaras usavam cordas de tripas feitas de intestino seco s de animais, que produziam um som suave quando tocadas. Eram um som perfeito para concertos em ambientes fechados, mas não para o ar livre ou para grandes espaços, como as igrejas.
O que é uma
orquestra?
Para os gregos, orkhestra significava “lugar destinado á dança”. No século V a.C, os espetáculos eram encenados em teatros, ao ar livre e a orkhestra era aquele espaço situado bem no centro, no formato de meia-lua. Era lá que o coro participava da ação, cantando e dançando. Mas é bom lembrar, era lá também que ficavam os músicos. Muito tempo depois no inicio do século XVII, mais precisamente, surgiu a ópera, tipo de espetáculo que logo seria comparado ao drama grego. Dessa comparação é que surgiu a ideia de dominar o espaço destinados aos músicos, entre a plateia e o palco, de orquestra. Logo o que dava de inicio serviria para dar nome a um espaço constituiria também o nome do próprio conjunto de instrumentos.
Período Renascentista
A orquestra nasceu em 1597, Giovanni Gabriel (1557-1612), organista da Basílica de São Marcos em Veneza, Itália, escreveu uma peça intitulada Sacre Symphoniare ( Sinfonias Sacras ), com partes separadas para grupos específicos de instrumentos. Giovanni gostava muito de combinar instrumentos: os trompetes (que na época não tinham válvulas) e as cordas, produzindo um poderoso “coro” de sons que facilmente preenchia um amplo espaço. Essa reunião de grupos de instrumentos, com partes de diferentes para cada um tocar, foi a primeira orquestra. Quase simultaneamente em Florença, Claúdio Monteverdi (1557-1612), também define uma orquestra para o acompanhamento de sua ópera “L’Orfeo”, composta em 1607.
Trombone – Quer dizer “trompete grande” em Italiano. Até essa época os trompetes eram usados principalmente em desfiles e marchas militares.
Trombone é um instrumento grande parecido com o trompete ao qual foi acrescentada uma vara deslizante em forma de “U”, para aumentar o tubo e assim mudar as notas. Na Idade Média o trombone também era chamado de “sacabuxa”. Com a Música renascentista os instrumentos ganhara o status de serem ouvidos independentemente da música vocal. Inicialmente isto ocorreu com transições de música vocal ou danças estilizadas, e os primeiros instrumentos solistas foram o órgão e o alaúde.
As orquestras de Giovani Gabrielli e de Cláudio Monteverdi surgiram no início do período barroco, foram os primeiros grupos instrumentais com instrumentos definidos, correspondendo ás primeiras tentativas feitas por compositores em obter um grupo instrumental de timbre definido. Ou seja, a partir deste período, os compositores passaram a não mais deixar a definição do timbre dos grupos instrumentais a cargo dos executantes, institucionalizando uma certa formação instrumental. Neste momento, ainda não havia uma fixação da formação orquestral, o que só iria acontecer no fim do primeiro quartel do século XVIII.
Período Barroco
No período barroco, as orquestras continuaram sendo pequenas, adequadas para músicas de câmera, bem como para apresentações de maior porte ao ar livre. Johann Sebastian Bach (1685-1750) escreveu muitas obras instrumentais chamadas: concertos, suítes e sonatas para esse período.
Concertos – peças musicais para instrumentos solistas, com acompanhamento orquestral.
Suítes – composições que consistem de uma série de danças instrumentais.
Sonatas – peças musicais para um a quatro executantes.
A orquestra barroca era largamente baseada nos instrumentos da família das violas. Essas peças musicais, cada uma com varias seções, geralmente tinham uma parte continua nos graves chamada “basso continuo”, que era tocada nos instrumentos de cordas baixo. As harmonias acima da linha do baixo eram escritas para cravo, flautas doces ou a qualquer outro instrumento que o compositor desejasse usar e tivesse a sua disposição. As orquestras barrocas variam segundo os instrumentos usados e a propósito da música.
Curiosidade: uma forma de conhecer a família das violas é através do filme “todas as manhãs do mundo” estrelado por Gerard Depardieu. Neste filme o ator representa o violonista e compositor Marin Marais(1656-1728). Considerado um dos músicos mais célebres do século XVII. As dublagens não são muito convincentes quanto aos movimentos dos executantes da Viola de Gamba, mas a trilha sonora original é de responsabilidade de Jordi Savall, uma grande autoridade do instrumento todos a tocarem juntos.
Cravo
Cravo – quando uma tecla do cravo é pressionada, um martelo de madeira com um plectro de pena (a ponta dura e oca de uma pena) levanta-se, beliscando a corda (puxando e soltando).
Viola da gamba – um pouco maior e com tessitura mais grave que o violino.
Ao final do período barroco os instrumentos das famílias das violas foram perdendo a preferência para as famílias dos violinos.
Vamos conhecer um pouco a família dos violinos:
Os instrumentos da família da viola, com seis ou mais cordas e trastes, eram muitos usados no período barroco. Entretanto, por volta do inicio de 1600, os fabricantes de violinos já produziam excelentes violinos, violas e violoncelos. Todos esses instrumentos pertencem á família do violino e tem quatro cordas e nenhum traste. No norte da Itália, a família Amati e seu famoso aprendiz Antônio Stradivari (1644-1737) desenvolveram violinos que produziam sons tão agradáveis que por volta de 1750, tinham substituído as violas e seu to um tanto nasal. Dos muitos fabricantes de violinos do período, Antônio Stradivari é considerado aquele que levou a arte de fabricar violinos no ápice, com instrumentos que eram e ainda são altamente apreciados pelo artesanato, capacidade de resposta ás habilidades do executante e tonalidade excepcional.
Violino
Violino o menor e de tessitura mais aguda da família dos violinos. O arco do violino é uma vara fina e levemente curvada, com fina corda de crinas de cavalo trançadas e esticadas. Na cabeça: pequeno cabo de madeira, final do arco, que se move por meio de um conjunto de parafusos para apertar ou afrouxar as crinas. Uma resina dura e amarela, extraída de pinheiros, chamada de colofônia, é aplicado nas crinas de arco para torná-las pegajosa e suficiente para puxar as cordas quando o arco passa sobre elas.
Violoncelo
Violoncelo maior que a viola, tem um timbre rico e suave. O arco faz as cordas vibrarem para produzir sons nos instrumentos. Os sons saem de orifícios em forma de f.
Contra Baixo
Contrabaixo o maior membro da família dos violinos tem um timbre ou tom mais grave. A ponte leva as vibrações das cordas para a caixa de ressonância.
Assim as orquestras do inicio do século XVIII já eram basicamente formadas por um naipe de instrumento de cordas de arco, que continuam sendo a base das orquestras ate hoje. Corelli (1623-1713) e Vivaldi (1678-1741) são pioneiros na escrita para cordas. Boch (1685-1750), Handel (1681-1767), são compositores cuja obras instrumentais são baseadas nas cordas da família dos violinos.
Por volta de 1650, foi a vez dos oboés aparecem nas orquestras, o nome oboé provém do Francês (houtbois), que significa “madeira alta”. É um instrumento de palheta dupla, com um timbre alto e agradável que imediatamente se tornou o favorito dos ouvintes. Ao lado dos violinos e das flautas transversais, a maioria das orquestras tinha que pelo menos um par desses novos oboés.
Oboés
O oboé tem três partes de tubos de madeira. O oboé foi desenvolvido na frança pela família Hottetterre.
O corne-inglês, de timbre mais grave, também é um instrumento de palheta dupla, tem uma campana em forma de pera na extremidade e, na verdade, é uma versão maior do oboé, exigindo os mesmo dedilhados.
Corne-Inglês
O Corne-ingles tem a ponta alargada dos instrumentos de sopro de madeira ou metal é chamada campana. As palhetas, ao agitarem, fazem com que o ar vibre no instrumento, produzindo o som.
Curiosidade: O Rei Luis XIV, da França tinha seu próprio conjunto de oboés conhecidos como “Os doze Excelentes Oboístas do Rei”. Alguns deles também tocavam fagote.
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