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Por mais conhecimento que o professor tenha, há coisas que só uma criança vai saber ensinar a outra. Partindo deste princípio, é ideal justificar o porquê da socialização infantil nos primeiros anos de educação são essenciais para um bom desenvolvimento social do aluno.
Até começarem escolas ou creches, geralmente por volta dos 3 anos de idade, muitas crianças têm um convívio limitado com outras. Isso reforça a importância da escola como um espaço de convivência e interação social, especialmente entre indivíduos da mesma idade.
Mas como se dá o encontro da criança com o mundo e com similares? E qual o papel do professor nesse processo?
É função dos educadores entender que as crianças têm personalidade própria, o que influencia na forma de relacionamento entre os colegas. É preciso perceber a beleza dos momentos de interação entre as crianças.
O sociólogo Émile Durkheim [1858-1917] acreditava que a socialização era “vertical”, do adulto para a criança. Entretanto, estudos realizados nos últimos 50 anos mostram que esse processo se dá principalmente entre as próprias crianças – e que o professor não é o centro.
Hoje, a própria estrutura educacional brasileira já valoriza ações que envolvam o contato e a interação entre crianças colegas de sala. Afinal, é um direito da criança conviver com outras crianças e adultos.
Willian Corsaro, sociólogo da infância e professor titular da Faculdade de Sociologia da Universidade de Indiana (EUA), apresenta o termo culturas infantis. O pesquisador justifica que as crianças interagem de modo a compreender o mundo adulto, e o brincar de “faz de conta” dá à criança a possibilidade de antecipar papéis que ela poderá desempenhar no futuro – essencial para um bom desenvolvimento social.
No que diz respeito aos professores, a tarefa mais importante que devem exercer nesse momento em que as crianças começam a se relacionar e construir repertório juntas é justamente observar e, quando necessário, orientar.
Entretanto, é importantíssimo relembrar que não deve julgar ou esperar do educador e da escola que seu trabalho seja inteiramente responsável pela formação da criança. Este processo é complexo e se dá em todos os ambientes de vivência, como o doméstico, a rua, com o contato com as pessoas em outros espaços, e no que as crianças veem nos meios de comunicação. Afinal, educação e socialização são processos contínuos ao longo da vida – que a escola e os educadores devem auxiliar e observar, respeitosamente.
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