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Mensagens, palavras, frases, textos. Compreender e ser compreendido por meio da escrita. Eis a magia do ler e escrever. Porém, a melhor época para se iniciar no mundo das letras tem sido um tabu ao longo dos anos. Na escola pública, defende-se que essa prática é séria demais para a Educação Infantil, muito escolar para os pequenos que merecem exercer seu direito de brincar. O inverso acontece nas instituições particulares, que defendem a alfabetização nessa faixa etária. Mas, entre a proibição e a obrigação, existe uma criança que explora o mundo da escrita e pensa ativamente sobre ela. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil orientam a "articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural". A verdade é que, desde muito novas, elas têm acesso à linguagem escrita em seu dia a dia e, aos 4 e 5 anos, estão em plena fase de investigação desse objeto da cultura, inclusive nos suportes digitais. Exploram o teclado do computador, veem o bilhete à mão preso na geladeira, reconhecem os produtos na prateleira do supermercado, os nomes dos programas na televisão e as placas de sinalização. A escrita está por toda parte. Postergar a interação com ela não é uma boa opção.
Estudos apontam que nos últimos 30 anos, o avanço mais significativo na área foi reconhecer que as hipóteses sobre a linguagem escrita de crianças entre 3 e 5 anos fazem parte do processo de alfabetização inicial. Essa conclusão se choca com a visão de que a pré-escola é apenas uma etapa preparatória do Ensino Fundamental, que privilegia treinamentos mecânicos como o desenho das letras, atividades de coordenação visomotora e exercícios de cópia. Essas práticas compartimentam a escrita e ignoram a qualidade da comunicação que se estabelece por meio dela. Dividir a linguagem em etapas de pré- alfabetização, alfabetização e pós-alfabetização é negar que existe um processo contínuo de aprendizagem. Para favorecer o desenvolvimento dos pequenos, vale a pena ensinar a usar as letras em situações reais de leitura e escrita, propiciar momentos de reflexão sobre elas, conversar sobre suas denominações e promover a relação com palavras e partes de palavras conhecidas, como os nomes de amigos e parentes ou os títulos de histórias.
"Cabe ao educador atuar para democratizar o acesso ao mundo da escrita.levar em conta as relações entre os elementos da linguagem verbal, pois é nessas relações que eles encontram significado e não em partes isoladas, como as letras. É importante que os pequenos tenham acesso a uma diversidade de materiais escritos, ouçam a leitura de diferentes gêneros textuais, tenham oportunidade de escrever segundo suas ideias, interpretem o escrito por meio do contexto e produzam textos ditados ao docente". Explica Silvana Augusto, formadora do Instituto Avisalá.
Segundo estudos feitos por Silvana Augusto, essas situações devem ser elaboradas levando em conta o ponto de vista da criança pequena, para quem não há distinção entre aprender e jogar. Você verá que todos vão avançar na compreensão do sistema alfabético, sem a obrigação de chegar a uma escrita convencional.
Fonte: www.revistaescola.abril.com.br
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